O mito de Eolo surge da necessidade do homem de manter diálogo entre a
natureza indomável e a sobrevivência que evolui sempre, aperfeiçoando a
tecnologia. Enquanto não se avança com este processo evolutivo, o mito
resolve a ignorância das trevas, trazendo a luz da fé na divindade. Éolo
passou a refletir a ordem dentro da força incontrolável do ar, era ele
quem impedia a anarquia dos Ventos, tornando-os disciplinados e
benéficos às necessidades humanas. Sob o reinado de Éolo, os ventos só
são destrutivos quando provocados pelo homem, sendo a sua fúria
resultante de alguma vingança à falha humana ou uma retaliação às
disputas das divindades.
Eolo comanda todos os ventos. O seu reino está centrado na Eólia, uma
ilha flutuante situada entre a Itália continental e a Sicília. Homero
(século IX a.C.) descreve o seu palácio cercado de muralhas de bronze
por todos os lados. Para os romanos, o reino do rei dos Ventos
encontrava-se na ilha Lípara.
Eolo é descrito em todas as vertentes do mito, como um deus justo e
benévolo à humanidade. Tendo grande compaixão para com os homens, ele
inventou a vela para ajudá-los a navegar, sendo o guardião perpétuo dos
Ventos e das suas investidas furiosas. Mas o poder de Eolo sobre os
Ventos não pode evitar catástrofes aos homens, quando a tragédia já foi
definida pelo Destino, deus mais poderoso que os próprios deuses do
Olimpo.